A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) possui uma vasta e rica farmacopeia que inclui milhares de substâncias medicinais. Historicamente, mais de 13.000 substâncias naturais foram registradas, englobando não apenas ervas (materiais de origem vegetal), mas também minerais e ingredientes derivados de animais. No entanto, na prática e no uso clínico, o número é mais focado. Aproximadamente 300 a 600 ervas são usadas regularmente por profissionais, sendo que 300 a 400 são as mais comumente prescritas.
Essas ervas são selecionadas com base em suas propriedades terapêuticas, que são descritas usando a estrutura teórica única da MTC. Cada erva possui atributos como natureza (por exemplo, fria, quente, morna, neutra), sabor (por exemplo, doce, amargo, azedo, picante, salgado) e tropismo do meridiano, significando os órgãos ou caminhos de energia que ela atinge. Essa classificação holística ajuda a orientar os profissionais na formulação de combinações de ervas adaptadas às necessidades individuais dos pacientes.
Textos clássicos importantes como o Compêndio de Matéria Médica (Bencao Gangmu, 1596) documentaram quase 1.900 substâncias medicinais, enquanto referências modernas como a Farmacopeia Chinesa continuam a padronizar e regular centenas de ervas para uso clínico e comercial. Essas compilações modernas priorizam segurança, eficácia e validação científica.
Embora o número total de ervas conhecidas seja alto, a MTC enfatiza a qualidade e a sinergia em vez da quantidade. Muitas fórmulas se baseiam em um pequeno grupo de ervas bem conhecidas, combinadas em proporções precisas para melhorar os resultados terapêuticos e minimizar os efeitos colaterais.
Em resumo, embora a medicina chinesa reconheça milhares de ervas, apenas algumas centenas são de uso clínico comum hoje. Esse equilíbrio reflete tanto as profundas raízes históricas da tradição quanto sua evolução contínua com base em pesquisas modernas e práticas clínicas.
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